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MATO GROSSO

'Faça o autoexame', alerta mulher que descobriu câncer avançado após médico apontar gordura e mandar ela emagrecer em MT


'Faça o autoexame', alerta mulher que descobriu câncer avançado após médico apontar gordura e mandar ela emagrecer em MT
A atendente de enfermagem Edileny Mayre de Oliveira, de 46 anos, que descobriu um câncer de mama avançado depois de buscar ajuda em um posto de saúde e o médico dizer que era gordura e sugeriu que ela emagrecesse, fez um apelo para que as mulheres façam o acompanhamento preventivo para identificar precocemente a doença.

Segundo ela, depois de compartilhar a história dela, várias mulheres a procuram para falar que tiveram diagnóstico semelhante. Edileny só confirmou que estava com câncer após a realização de biopsia e depois de três exames.

"As mulheres com nódulo na mama precisa buscar o diagnóstico correto. No meu caso não foi só uma gordura, como falaram", destacou.

Ela destacou a necessidade das mulheres realizarem o autoexame e conversarem com o médico sobre outras formas de diagnosticar precocemente o câncer e iniciar o tratamento. "Fale com o médico, insista com ele pelo diagnóstico e tenha uma vida bem melhor, não na dúvida como estou hoje", comentou.Três exames e nenhum diagnóstico preciso

Edileny compartilhou com o g1 a jornada dela das dores nos seios, sem diagnóstico preciso, até a confirmação de que estava com câncer maligno, já com metástase, ou seja, espalhado pelo corpo. Ela estava sentindo muitas dores na mama e decidiu ir ao posto de saúde.

Na primeira consulta, o médico pediu uma mamografia. Edileny fez e levou o resultado a ele.

"Fiz esse primeiro exame e o médico disse que era só uma gordura e me pediu para emagrecer", disse.

O primeiro resultado que saiu no dia 8 de julho de 2019 apontou que "as mamas estavam com o tamanho compatível com a faixa etária e não havia lesões císticas ou sólidas detectável ao método".



Dez dias depois, ainda em julho, a atendente de enfermagem recebeu um encaminhamento para tratamento com um oncologista. Entretanto, o médico anotou na ficha que, apesar das queixas dela, a mamografia não apresentou alteração.

O segundo exame foi realizado em 11 de dezembro de 2019 e no dia 23 daquele mesmo mês. No entanto, somente no quarto exame, dessa vez uma biópsia, comprovou que ela estava com "carcinoma ductal invasivo em metástase", principal tipo de câncer de mama.

"Essa é uma doença que neste estágio eu sei que não tem cura, eu só quero que os meus três filhos fiquem bem", disse.

Ela retirou a mama direita e depois a mama esquerda. Os filhos a ajudaram no processo de recuperação, nos banhos e mesmo quando era necessário faziam curativos.

Auxílio-doença

Com R$ 1.212 que recebe do auxílio-doença, a auxiliar de enfermagem cuida dos três filhos e ainda mantém o tratamento. Ela contribuiu com a previdência quando estava trabalhando fora, mas não conseguiu se aposentar. "Gostaria de me aposentar para ter uma tranquilidade no futuro e deixar algo aos meus filhos".

Ela afirma que não recebe pensão dos pais das crianças.

Conta ainda que estava fazendo uma reforma em casa, chegou a comprar portas novas em 2019. Mas, com o diagnóstico da doença interrompeu as obras.

Doença do filho

Edileny contou que depois da doença passou a viver um outro drama familiar, o filho passou a ter puberdade precoce e precisa fazer um tratamento mensal para retardar o desenvolvimento. "O remédio custa R$ 1,8 mil no particular, mas eu consigo de graça na Farmácia de Alto Custo. Mas, nem sempre o remédio está disponível. Como não pode ficar sem, eu vendo frango assado, faço ação social e rifas para conseguir pagar", contou.

Vaquinha



Mesmo passando por todos os problemas, Edileny sempre solta um sorriso e diz que as forças para continuar a viver está nos seus três filhos.

Com a ajuda das crianças, Edileny criou uma vaquinha online para receber doações.


Por Thiago Andrade, g1 MT